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Fé e Vida

O uso dos bens revela a dimensão de nossa fé

São Lucas, no evangelho deste domingo, insere as bem-aventuranças e os “ai de vós” no âmbito da fé. O ser humano coloca sua confiança em Deus ou não coisas que possui?

O evangelista fundamenta seu discurso sobre os pobres e os ricos numa perspectiva ampla e profunda, que tem a ver com o sentido da vida: os discípulos estão a serviço de Deus e de seu reino, ou estão preocupados com suas próprias vidas e bens? O uso correto dos bens é o sinal da centralidade em Deus e seu reino: “Buscai primeiro o Reino de Deus e o resto vos será dado por acréscimo” Lc 12, 31). O acúmulo e o mau uso dos bens indicam que não.

São Lucas contrapõe os pobres e os ricos, os famintos e os saciados, os que choram e os que riem, os rejeitados e os reconhecidos. Coloca em evidência que os “ai de vós” não são um tipo de condenação, como os “bem-aventurados” não exprimem aprovação de uma situação socioeconômica. Aqui se trata de uma afirmação clara sobre a inversão dos critérios que acabam colocando em julgamento a humanidade e suas escolhas.

O texto do Evangelho convoca todos os que têm fé e a própria Igreja a testemunhar que o fundamento da existência não está nas riquezas, mas no próprio Deus. O vigor do texto chama a atenção porque a questão é profunda: não basta um desapego afetivo e interior. O evangelho diz claramente que tudo o que temos deve ser colocado a serviço de todos, principalmente os mais necessitados. Neste sentido, a comunidade cristã é obrigada a rever o uso dos bens em perspectiva de fidelidade ao evangelho de Jesus Cristo.

Muitas vezes esquecemos que o evangelho é um convite à felicidade. Não de qualquer maneira, mas pelos caminhos que Jesus sugere e que são completamente diferentes dos caminhos que o mundo propõe. A sociedade valoriza o mais forte, Jesus se fez pequeno e frágil para nos conduzir à vida plena. A cruz, lugar da maldição, se torna caminho de vida e salvação.

Jesus nos ensina que é melhor dar do que receber, é melhor servir do que dominar, compartilhar do que querer tudo para si, perdoar do que vingar-se. Se prestarmos atenção no mais íntimo de nosso ser percebemos que Jesus tem razão. Portanto, as “bem-aventuranças” e os “ai de nós” de Jesus devem gritados em alto e bom som por todos nós que acreditamos e seguimos Jesus Cristo.

O discurso de São Lucas coloca em contraste duas escalas de valores, duas sabedorias: a sabedoria do mundo, que é insensatez, e a insensatez do evangelho que é verdadeira sabedoria. Que sejamos estimulados a seguir as bem-aventuranças porque nosso coração é repleto de Deus.

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