Fé e Vida
Jesus é o tesouro escondido e a pérola preciosa
O Evangelho deste domingo nos apresenta as últimas parábolas de São Mateus. Jesus utiliza um discurso prático, direto; seu objetivo é atingir o coração dos ouvintes, para que, ao acolher sua palavra, eles a coloquem em prática no cotidiano.
“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo”. Há um tesouro escondido, há muito tempo ignorado e enterrado em um campo, certamente para protegê-lo contra roubos: se, no entanto, foi escondido, é para ser encontrado no tempo oportuno. O agricultor que possui o campo desenterra o tesouro e, com surpresa, age como um homem prudente: esconde novamente o tesouro, vende tudo o que tem. Com o dinheiro pode comprar aquele campo, tornando-se assim também proprietário desse tesouro precioso.
O discurso de Jesus se refere ao Reino de Deus: possui uma natureza oculta, contudo exerce uma atração irresistível naqueles que querem descobri-lo. A ênfase é colocada sobre a reação de quem encontra o tesouro ou naquele que, ansiosamente, estava procurando a pérola. Jesus quer deixar claro que o reino de Deus não está facilmente ao alcance de todos, mas que todos podem encontrá-lo. É como o tesouro ou a pedra preciosa, que precisa ser encontrada. Vale a pena arriscar tudo para seguir a proposta de Jesus!
Ele dá este exemplo para nos ajudar a entender seu pensamento: quando alguém sabe onde está o tesouro, ele estará pronto a vender tudo para obtê-lo. Ele vai se desfazer de tudo que tem para possuí-lo. A renúncia radical é necessária – é o preço que deve ser pago para atingir o Reino. Quem não tem esta capacidade ou não quer arriscar, não está em condições de descobrir o Reino de Deus, porque precisa se libertar de muitas coisas e investir naquilo que é necessário para encontrar a felicidade plena. A exigência que Jesus apresenta aos seus discípulos ainda é válida hoje. A renúncia provoca alegria no lavrador porque tem consciência de que ele está ganhando o Reino. Não é uma renúncia como um fim em si mesma, mas é uma condição. Quando se descobre o bem supremo, tudo se torna supérfluo diante dele. O mesmo se dá diante da pérola preciosa. Vale a pena investir tudo para adquiri-la. A descoberta do Reino muda a vida de quem o descobre: o sinal é a alegria e a paz porque tem certeza que encontrou o essencial para viver, a verdadeira felicidade.
A fé, porém, não é fruto do esforço do homem, da sua razão, mas é um dom de Deus. Tem a sua origem na iniciativa de Deus, que nos desvenda a sua intimidade e nos convida a participar da sua própria vida divina. A fé supõe uma relação pessoal com Ele, a adesão de toda a pessoa, com a sua inteligência, vontade e sentimentos.
Ser cristão é arriscar-se na certeza que vamos encontrar a verdadeira felicidade que está em Deus. Certamente deveremos passar por dificuldades, desconforto, incompreensões. Ser cristão é optar por Cristo e pelo seu estilo de vida, que pode nos levar à cruz. Contudo, não ficaremos desamparados nem abandonados. Deus cuida de nós.