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Fé e Vida

Quando arde o nosso coração

Os dois discípulos que vão em direção a Emaús reconheceram suas esperanças frustradas. Criaram grandes expectativas ao lado de Jesus de Nazaré, mas agora, quem poderá sustentá-las? Esquecê-las o quanto antes e retornar à rotina diária: era a atitude mais acertada. Diante daquela morte, nenhuma utopia poderia sobreviver. 
De repente surge um forasteiro em meio às lamentações, reprovando-as, dizendo que não há razão para este pessimismo. A Sagrada Escritura já havia previsto o que tinha acontecido. Assim os caminhantes começam a enxergar com novos olhos as passagens bíblicas que já conheciam; “não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?”. 
Sentem alguma coisa diferente, querem saber mais e o convidam para ficar com eles. Partilham a refeição e um gesto do forasteiro lhes parece maravilhosamente familiar: era ele, sem dúvida! Primeiro a Sagrada Escritura revela seu segredo, agora o pão partilhado revela sua identidade. A Eucaristia conduziu o encontro. Temos que contar aos outros! E voltam a Jerusalém para compartilhar o milagre que aconteceu com eles. 
Estes discípulos poderiam ser um de nós. Diante de tantos acontecimentos ruins, a tentação é fugir. Por isso esta cena se torna paradigmática, é uma catequese sobre a dinâmica da fé. Quem sabe não podemos também utilizar este método em nossas comunidades: falar mais de Jesus, retomar os evangelhos que narram suas ações, inclusive reviver sua morte como extremo ato de amor. Este é um sinal importante: se conseguimos nos comover com Jesus, se suas palavras atingem o nosso coração, é sinal de que nossa fé está despertando. 
Isto é só o começo, precisamos ir além. Os discípulos começam a ficar contentes e convidam o desconhecido a entrar em sua casa, convidam para o jantar e, neste momento, os olhos se abrem e eles reconhecem o Senhor. É o acontece conosco na ceia eucarística, precisamos deste alimento para reavivar nossa fé, animar nossa esperança e retomar a missão com mais ardor. Não podemos experimentar tudo isto fechados na segurança de nossas casas, precisamos da comunidade como mediadora. “E levantando-se no mesmo instante, voltaram a Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e contaram o que lhes havia acontecido pelo caminho”. 
A lição que nos fica é a perseverança. Precisamos insistir. Muitas vezes a minha comunidade não é aquela que sonhei, mas é nela que habita o Ressuscitado. “Onde um ou dois estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio de deles”. A celebração da eucaristia é um momento abençoado e privilegiado de encontro com o Senhor. É ali que muitos corações começam a arder e recuperam o verdadeiro sentido de discípulo missionário do Senhor. 

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