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Fé e Vida

Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada

No Evangelho deste domingo (21/07), São Lucas nos apresenta Jesus, em seu caminho para Jerusalém. Ele faz uma pausa na casa de Marta e Maria. O evangelista ressalta a importância da mulher na comunidade cristã daquele tempo e hoje. Porque não é comum que um judeu visite a casa de duas mulheres. A mensagem de Jesus é aberta a todos: feliz daquele que se coloca em atitude de discípulo que presta atenção no Senhor e abre os seus ouvidos para suas palavras. É interessante ressaltar que não era comum na época de Jesus as mulheres se sentarem para ouvir um mestre. Este era um privilégio dos homens. Por isso São Lucas enfatiza esta atitude de Maria, colocando-a ao mesmo nível dos homens. Todos são chamados a abrir seus ouvidos para a vontade do Pai.

Houve um tempo em que se usava esta passagem para contrapor a vida contemplativa (representada por Maria) à vida apostólica (Marta). É um modo de pensar que não faz sentido, porque o seguidor de Jesus deve estar atento a estas duas realidades, uma completa a outra; devemos aprender a harmonizar o momento de ouvir (contemplação) e de agir (apostolado). Uma ação sem reflexão é puro ativismo. A reflexão sem ação é alienante.

A atitude de Maria, aquela que escolheu a “melhor parte”, não quer desmerecer o que faz Marta. Maria é colocada aqui como aquela que sabe escolher o que é necessário para o momento. Jesus está presente, por isso é importante prestar atenção nele. A atitude de “sentar aos pés de Jesus para ouvi-lo” vai influenciar todo o nosso agir. Como diz o livro de Eclesiastes 3, 1: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Da nossa parte fica o apelo para escolhermos o que é necessário para o momento.

Este domingo também é chamado “domingo da hospitalidade”. Ele nos leva a pensar que precisamos “gastar” o nosso tempo para ouvir e acolher o outro. Esta atitude, numa perspectiva de fé, revela que nos outros se encontra o próprio Deus. Na primeira leitura o Deus mesmo se apresenta como hóspede a Abraão; no evangelho é Jesus quem se hospeda na casa de Marta e Maria. Este tema é significativo para o nosso momento atual; vivemos atarefados, não temos tempo para prestar atenção nas pessoas que passam pela nossa vida. Precisamos repensar o valor da hospitalidade hoje. Acolher o hóspede, isto é, o forasteiro, para nós significa acolher o próprio Cristo, que se identificou com todos os necessitados. Jesus continua visitando nossa casa ainda hoje.

Na celebração eucarística Deus nos acolhe e nós abrimos nossos corações para ele. A iniciativa é sempre dele que nos ama primeiro e prepara todo o ambiente para nos acolher. Na liturgia da palavra nos colocamos aos pés de Jesus para ouvir sua voz. Esta reciprocidade nos faz família de Deus. Em seguida, Ele nos prepara um banquete sem olhar nossos pecados, Ele se dá gratuitamente. Se o buscamos verdadeiramente, faremos de tudo para mudar nossa vida e prestar mais atenção no que realmente é essencial: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3, 20).

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