Fé e Vida
O Reino de Deus é misericórdia, perdão e reconciliação para todos
Com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo encerramos o Ano Litúrgico e celebramos o Padroeiro de nossa Diocese. Concluímos também o Ano Santo da Misericórdia: período de graça para experimentar o amor de Deus e buscar a conversão.O Evangelho de Lucas foi o nosso guia nos mostrando os passos de Jesus. Pudemos acompanhar a manifestação da misericórdia de Deus nas palavras e atitudes de Jesus. Fizemos a grande viagem de Jesus a Jerusalém e, no trajeto, aprendemos com Ele.
A Liturgia que celebramos hoje é, em certo sentido, uma recapitulação do convite de Jesus para segui-lo e entrar com Ele no Reino de Deus, sabendo que o trono de Jesus é a cruz. O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o sonho do Povo de Deus e apresentar à humanidade o “Reino”. No entanto, o “Reino” que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.
O Ano Litúrgico dá um sentido novo quando nos convida a reviver a cada ano os mistérios da vida de Jesus. Não se trata de um círculo que se fecha e recomeça, como se fosse sempre o mesmo, porque hoje somos diferentes de ontem e também do ano passado. Por isso, viver o ano com Jesus é sempre algo novo e uma oportunidade de fazer tudo diferente e com mais profundidade e sentido.
Vivemos este momento único de olhar para trás, ver tudo o que vivemos no ano e agradecer. É também uma oportunidade para refletir e avaliar os momentos de luzes e sombras que vivemos e o esforço empenhado para mudanças e conversão.
O agradecimento vai para Aquele que é o princípio e o fim, o Senhor do tempo e da história, Jesus Cristo Rei do Universo. Foi um ano inteiro para viver como dom e graça. Cada um passou por experiências existenciais pessoais marcantes. Vivemos intensamente o Tempo do Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, Pentecostes, os domingos do Tempo Comum. Os acontecimentos na vida de Jesus se entrelaçaram com os de nossa vida. Jesus nos iluminou, guiou, corrigiu, purificou e salvou nossas vidas de discípulos missionários.
O Reino de Deus já está no meio de nós; a nossa missão é fazer com que ele seja uma realidade bem viva e bem presente no nosso mundo. Depende de nós fazer com que o Reino deixe de ser uma miragem, para passar a ser uma realidade que cresce e transforma o mundo e a vida de todos. Jesus é rei porque Ele dá a vida por todos. Tem um olhar misericordioso com os mais sofredores e excluídos. Ele caminha no meio da multidão e, ao seu redor, se reúne todo tipo de pessoa: ricos, pobres, pecadores. Para todos Ele tem uma palavra, um gesto de acolhida e lhes propõe uma vida nova.
A Catedral Cristo Rei é, para nós, sinal de nossa missão como continuadores da obra de Jesus, de seguidores deste Rei-Pastor que protege todas as ovelhas, alimenta-as com sua palavra e seu corpo. Se há uma ovelha ferida e doente, dilacerada no espírito pelo pecado, ou somente desanimada, ele está pronto para enfaixar suas feridas, tratá-la com o óleo do perdão e consolação.
Nesta festa do padroeiro de nossa Diocese não nos resta outra coisa senão repetir com alegria, mais uma vez: “O Senhor é o meu pastor, não me falta coisa alguma”! O Rei que seguimos ofereceu-se na cruz, vítima pura e pacífica, para redimir toda a humanidade. Por isso o seu Reino é da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Amém.