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Fé e Vida

Preparai o caminho do Senhor, endiretai suas veredas

Estamos no 2º Domingo do Advento e hoje entram em cena dois personagens importantes, Isaías e João Batista, dois profetas vivendo em épocas totalmente diferentes. Parece até que existe um grande contraste entre eles. No texto de Isaías o cenário é paradisíaco onde o lobo e o cordeiro vivem em paz, a criança e a serpente brincam juntas. De outro lado temos a pregação severa de João Batista que diz que “o machado já está na raiz das árvores”, faz referência à pá que irá limpar e fogo que irá destruir a palha. São palavras que nos levam a refletir sobre a prática de nossa fé na preparação para o encontro com o Menino-Deus.

Não há contradições entre eles. A primeira leitura e o Evangelho afirmam que a esperança não é uma cantilena tranquilizante sobre o que nos aguarda no futuro. A esperança é construída com empenho e responsabilidade.

João Batista é apresentado como um profeta que anuncia, “uma voz que grita no deserto”, que chama a atenção à conversão: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas”. Como todo profeta, ele divide e provoca tensões. De um lado, há uma multidão que o escuta e vem ao seu encontro para confessar seus pecados e ser batizados por ele. De outro lado estão os fariseus e saduceus, gente importante da época, que rejeita a pregação de João Batista.

A mensagem de João Batista é clara. Ele acentua que a fé não é um espiritualismo que dá consolo ou segurança porque pertencemos a esta ou aquela comunidade ou religião. Não basta professar que sou católico. É verdadeira fé exige conversão. A mudança radical de mentalidade, fruto da conversão, consiste em passar de uma fé da boca para fora a uma fé vivida no amor a Deus e aos irmãos e irmãs. A fé verdadeira exige um comportamento que demonstre que somos seguidores de Jesus; ela implica em rever nossas escolhas, nossa ética; empenhar-se na construção de um mundo melhor e cuidar de nossa casa comum. “Nem todo aquele que me disser ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino de Deus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai do céu” (Mt 7,21). É a fé praticada no dia que qualifica a comunidade cristã e ela se contrapõe ao espírito dos fariseus que “dizem e não fazem”.

Os frutos que provam nossa conversão são consequência do encontro com Deus mediante Jesus Cristo. Todos nós somos chamados acolher o Espírito Santo e permitir que Ele nos oriente pelos caminhos da vida totalmente convertidos a Deus. Até mesmo João Batista será chamado à conversão quando deverá purificar a sua imagem do Messias. Jesus não virá com um machado na mão para cortar, queimar com fogo. Ele será Aquele que manifesta a misericórdia de Deus abrindo os olhos dos cegos, fazendo os coxos andar, os surdos ouvir e ressuscitando os mortos.

Viver o Advento do Senhor é assumir nossa responsabilidade como homens e mulheres de fé. Somos chamados a fazer nascer rebentos novos dos troncos secos e acreditar na aurora que ilumina os caminhos de treva e de morte. Somos todos convocados a não matar a esperança de Deus.

No próximo domingo acontece a Coleta da Evangelização. Eis aí uma forma concreta de demonstrar nossa corresponsabilidade pela difusão do Evangelho.

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