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Fé e Vida

Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe

Estamos no 10º domingo do Tempo comum do Ano B e somos guiados pelo Evangelho de São Marcos. Os evangelhos foram escritos com o objetivo de alimentar a fé dos cristãos; o inspirador foi sempre o Espírito Santo que conduz a história da Igreja desde sempre: é o Espírito de Deus que acompanha, anima e revela a vontade de Deus.

O episódio de hoje apresenta três situações: a intervenção de alguns parentes para desviar Jesus de seu ministério por considerar que ele está fora de si pelo seu modo de viver e falar; Jesus é acusado de estar relacionado com Satanás que supostamente lhe daria poder de expulsar os demônios e no final Jesus revela a sua verdadeira origem: Ele vem de Deus e a sua família é aquele que cumpre a vontade de Deus.

Jesus veio ao mundo com a missão de salvar a humanidade conduzindo-a ao Pai. Para cumprir esta missão ele anuncia o Reino e revela que conhece o Pai e o coloca bem próximo do ser humano como alguém que se compadece do sofrimento de seus filhos e filhos.  Por causa deste modo de revelar o rosto de Deus, Jesus enfrenta oposição e incompreensão dentro da própria família e diante das autoridades religiosas de seu tempo.

Jesus não se intimida diante da pressão que sofre e alarga o horizonte de seus contemporâneos ao afirmar que a salvação é para todos sem discriminar ninguém. “Todos aqueles que o Pai me deu eu os salvarei a todos”. Por isso aproveita o momento e afirma diante de sua própria família que Ele pertence a todos e que, diante da sua missão, sua família é aquele que faz a vontade de Deus. Não é negação de sua origem familiar, mas um olhar que se abre e inclui toda a humanidade. A única exigência é acreditar nele como revelador do amor do Pai.

Seguir os passos de Jesus, pertencer a sua comunidade e procurar agir como ele agiu não é fácil; faz-se necessário uma força interior que provém do Espírito Santo. Por isso Jesus responde com veemência quando o acusam de estar dominado pelo espírito do mal! Pecar contra o Espírito Santo é assumir o pecado e permanecer nele para sempre, sem dar uma oportunidade ao Espírito Santo de Deus de manifestar seu perdão e seu amor e deixar-se conduzir para o caminho de Deus que pode exigir escolhas difíceis, renúncias... São Paulo afirma que a “mensagem da cruz é loucura para os que se perdem; para os que se salvam é força de Deus” (1Cor 1,18).

O Espírito é a força de Deus que atua em nós. É o próprio Deus inspirando e transformando nossa vida. Da nossa parte é preciso acolher e deixar-se conduzir porque Ele sempre nos levará a “prados verdejantes”. Desde modo podemos entender o comportamento de Jesus que veio para realizar o plano de salvação do Pai e nos insere nele quando nos chama a ser membros desta família de fazedores da vontade do Pai. Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda.

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