Fé e Vida
Deus criou o ser humano coroando-o de glória e esplendor
Nos últimos dias de sua vida, antes de ser capturado e sofrer a morte vergonhosa na cruz, Jesus teve vários confrontos com aqueles que seriam seus acusadores durante o julgamento final. Algumas dessas controvérsias são apresentadas nos evangelhos: com os fariseus e os herodianos sobre o tributo a César (cf. Mt 22,15-22), com os saduceus sobre a ressurreição dos mortos (cf. Mt 22,23-33), com os fariseus sobre o maior mandamento e o senhorio do Messias sobre Davi (cf. Mt 22,34-46).
Neste domingo, vamos refletir sobre a primeira controvérsia: Jesus contra os saduceus, os fariseus e os simpatizantes de Herodes. A intenção é desmoralizar Jesus diante de seus seguidores. Para isso fazem uso de uma armadilha simulando que respeitam a sabedoria e autoridade de Jesus como mestre judeu. A pergunta é: “É lícito ou não pagar tributo a César?”. Pergunta capciosa, cheia de maldade e segundas intenções. Se Jesus responder “sim”, que se deve pagar o imposto a César, será acusado de traidor e colaborador de Roma; se disser “não” passará por subversivo diante dos simpatizantes de Herodes. Mas Jesus desmonta a artimanha dizendo “sim” duas vezes. Distingue bem a soberania de Deus sobre o ser humano e o poder temporal de César como imperador e chefe político.
Jesus indica que o ser humano não pode e nem deve viver alienado de suas obrigações para com a comunidade em que está integrado. Em qualquer circunstância, ele deve ser um cidadão exemplar e contribuir para o bem comum. A isso, chama-se “dar a César o que é de César”.
No entanto, o que é mais importante é que ser humano reconheça Deus como o seu único senhor. “Eu sou o Senhor, não há outro”. As moedas romanas têm a imagem de César: que sejam dadas a César. O ser humano, no entanto, não tem inscrita em si próprio a imagem de César, mas sim a imagem de Deus: “Deus disse: ‘façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança”. Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus”: portanto, o homem pertence somente a Deus, a Ele deve culto e reconhecê-lo como o seu único Senhor. Isto significa que o homem e a mulher não são objetos que podem ser usados, explorados e alienados, mas seres revestidos de uma suprema dignidade, de uma dignidade divina. Destruir a imagem de Deus que existe em cada criança, mulher ou homem, é um grave crime contra Deus. Nós, os cristãos, não podemos permitir que isso aconteça. Somos responsáveis sempre que alguém, em qualquer parte do mundo, é privado dos seus direitos e da sua dignidade; e temos o dever grave de lutar, de forma objetiva, contra todos os sistemas e situações que atentem contra a vida e a dignidade de qualquer pessoa.
Neste dia a Igreja Católica no mundo inteiro celebra o Dia Mundial das Missões (21 e 22 de outubro) onde todos são estimulados a colaborar de alguma forma com as missões em todas as nações. A coleta em favor das missões é uma forma de participar e dar testemunho de nossa fé e pertença à Igreja. Jesus continua a evangelizar através de sua comunidade, a Igreja: “Eu vim para que todos tenham vida e vida abundante”.